Monday, June 18, 2007

Noite surreal

Bom, a conselho da Christiane, aí vai um causo. Fresquinho, de ontem (domingo) para hoje (segunda, dia de branco).


Roupa Suja nos Balcões de Siena



E lá vou eu para a minha caminha, cansada dessa vida dupla de escritório durante a semana, arrumação de casa nos findes, mas feliz. De ter me mudado para esse apartamentozinho todo bonitinho (apesar de ainda estarmos arrumando a mudança), um condomínio tipo vila italiana, com fontezinhas e jardins, um sileeeeeêncio à noite que nem parece que estamos no meio de Irvine. A gente só ouve os passarinhos. E os vizinhos, quando resolvem nos fazer de platéia. Pois foi o que aconteceu essa noite.


Tudo ia muito bem e tranqüilo até as duas da manhã. Meu filho acorda e vem me dizer que não consegue dormir. Eu estava no vigésimo quinto sono. Levei ele de volta ao seu quarto, fiquei um pouco com ele, voltei e descobri que então quem não conseguia dormir era eu. Comecei a ouvir a zorra na casa do vizinho. Algum vizinho. Parecia festa. Não ouvia música, mas ô gente animada.


Daí começou a altercação. Acho que os convidados foram embora. Ih, começou a baixaria total. "You locked me out?!? Let me in, or I'll GET JEALOUS!" E taca a repetir a mesma coisa. Adicionando qualitativos. Oras, vai ficar jealous, e daí? Três e meia da manhã. O diálogo dos vizinhos se limita a variações dos mesmos qualitativos, e que pulmões. Outro vizinho parece que se meteu no tête-à-tête. Quando você pensa que pior não fica, piora. Olhando da janela, tudo escuro. Deve ser algum apartamento abaixo do meu (que eu estou no último andar). Resolvo colocar um roupão, sair do meu apêzinho e ir olhar através dos balcões sobre o jardim, já que dormir não é uma opção. A confusão está tão grande (já não sei quem está puxando quem - "don't pull me by my robe! nobody pulls me by my robe!" and the backvocals girls go "ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!"), deu medo e eu voltei correndinho. Ainda sem saber a quem denunciar. Acho que é no terceiro andar, mas tá tudo escuro em todo canto! Encontro meu marido no telefone chamando os seguranças. Reclama de eu ter saído do apartamento. Ah, mas eu tenho que saber quem está pooping no paraíso, né?


Vejo outros vizinhos indo e voltando de suas janelas escuras. Meu filho também acordado, "mãe, ouvi tudo." Lá para as quatro, parece que a crise passou. Depois ouço a voz do segurança, aquela voz firme, mais grave, em tom constante, mas não consigo discernir as palavras. Hah, mas o barraco já acabou, seu segurança, thankyouverymuch, ohSoVeryHelpful. E todos vão dormir.


Menos eu.

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